Empédocles

Biografia de Empédocles de Agrigento

Empédocles foi um filósofo pré-socrático, pertencente à escola pluralista, composta por outros renomados filósofos como Demócrito, Anaxágoras, Leucipo e Arquelau.

Ele nasceu em Agrigento, na Sicília, por volta do ano de 495 a.C e morreu por volta de 424 a.C. Filho de Méton, sua família tinha bastante influência em sua cidade.

Empédocles foi ativo nas questões políticas; Aristóteles o considerou um fervoroso democrata. Ele chegou até mesmo a recusar ser rei em sua cidade.

A vida de Empédocles, assim como a de Pitágoras e Heráclito, é marcada por lendas a seu respeito. Dentre essas lendas, está a de que ele foi banido politicamente e que morreu exilado no Peloponeso; outra, diz que ele tirou sua própria vida se jogando nas crateras de Etna.

Outra lenda, é a de que ele teria libertado uma certa cidade de um surto de malária, e por esse feito, os cidadãos desta cidade o adoraram como se fosse um deus.

Certamente, ele foi um dos mais notáveis filósofos da antiguidade, tendo sido reverenciado por grandes filósofos como Platão e Aristóteles.

Obras

Empédocles escreveu dois poemas:

  • Sobre a Natureza
  • Purificações (ou carme lustral)

Destas duas obras restaram apenas fragmentos, suficientes para compreendermos seu pensamento filosófico.

A filosofia de Empédocles de Agrigento

Empédocles sofreu influência dos Eleatas, principalmente de Parmênides, e dos pitagóricos que eram discípulos e mantenedores das ideias de Pitágoras de Samos.

Sobre o ser

Para Empédocles, assim como para Parmênides e para Melisso de Samos, o ser não poderia ser gerado ou destruído; o ser não poderia surgir do nada, nem ir para o nada. A tese é simples: o ser é e o não-ser não é. Diz ele:

É impossível que algum ser tenha sido gerado do que não é, e jamais se realizou nem se ouviu falar que o que é seja exterminado; o que é, sempre estará lá, onde foi colocado por cada um.

A partir disso, Empédocles conclui que “nascimento” e “morte” não existem. O que ocorre, na verdade, é que todas as coisas que existem no mundo, isto é, as substâncias, se misturam ou se dissolvem, e nestes processos elas permanecem as mesmas e indestrutíveis.

Na sua obra Sobre a Natureza, ele diz:

Não existe nascimento para nenhuma das coisas mortais, bem como não existe fim na morte funesta, mas apenas composição e dissociação dos elementos compostos: nascimento não passa de um nome usado pelos homens.

Teoria dos quatro elementos primordiais

Para Empédocles, existem quatro elementos primordiais. Estes elementos são:

  • fogo;
  • terra;
  • água;
  • ar;

Estes quatro elementos estão presentes em todos os seres do universo, por isso ele afirmou que esses elementos são as “raízes de todas as coisas”.

Vejamos o que ele diz em outro fragmento sobre isso:

Quando os elementos se unem e chegam ao éter na forma de bestas selvagens, homens, de pássaros e árvores, então se diz que eles foram gerados; e quando estes elementos se separam, falamos em morte dolorosa.

Empédocles afirmou que estes elementos não se alteram nem se transformam em outras coisas essencialmente diferentes; eles são qualitativamente imutáveis; o que pode ocorrer com eles é apenas se unir com outro elemento ou se separar.

O amor e o ódio

Vimos que o nascimento de todas as coisas acontece pela união dos quatros elementos, e a morte se dá pela separação destes elementos. Empédocles afirma que há uma força que causa a união e a separação dos elementos que é o amor (amizade) e o ódio (discórdia).

Quando o amor predomina, ocorre a união dos elementos; quando, ao contrário, o ódio predomina, ocorre a separação.

Portanto, amor e ódio regem todo o cosmos. Estas duas forças opostas estão sempre “lutando” entre si. Diz Empédocles:

As constantes mudanças jamais cessam: algumas vezes as coisas unem-se pelo amor (philia, em grego), outras, separam-se novamente na discórdia do Ódio (neikos, em grego).

O conhecimento humano

Empédocles também elaborou suas teses sobre o processo do conhecimento.

Para ele, os objetos existentes emitem certos eflúvios por meio dos poros. Estes eflúvios chegam aos nossos sentidos. Dentre esses eflúvios, alguns se assemelham às partes dos nossos órgãos sensoriais. O fogo emite um eflúvio que nossos órgãos reconhecem como fogo.

O processo de conhecimento se dá, portanto, através de semelhanças.

Além disso, Empédocles afirmava que o coração é a sede do pensamento.

Como citar este artigo

VIEIRA, Sadoque. Empédocles. Filosofia do Início, 2021. Disponível em: https://filosofiadoinicio.com/empedocles-de-agrigento/. Acesso em: 20 de Mar. de 2023.

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