Zenão de Cítio

Zenão de Cítio foi um filósofo grego do período helenístico conhecido como o fundador do Estoicismo, uma escola filosófica que exerceu influência significativa na antiguidade, inclusive sobre os primeiros pensadores cristãos.

Biografia

De origem fenícia, Zenão, filho de Mnaseas, nasceu por volta de 334 a.C. em Cítio, uma ilha localizada em Chipre. Sua morte ocorreu em Atenas, no ano de 263 a.C.

Segundo Diógenes Laércio, durante uma viagem de negócios à Fenícia, Zenão enfrentou um naufrágio próximo ao Pireu, um antigo porto marítimo de Atenas. Após esse desastre, ele entrou na cidade de Atenas e deparou-se com uma loja de um livreiro, onde teve a oportunidade de ler o livro “Memorabília” de Xenofonte. Ficou encantado com a leitura e, curioso para encontrar homens semelhantes a Sócrates, perguntou ao livreiro onde poderia encontrá-los. Nesse momento, o filósofo cínico Crates de Tebas estava passando nas proximidades, e o livreiro apontou para ele e disse: “Siga aquele homem”.

Zenão tornou-se discípulo de Crates por um período, mas acabou abandonando-o devido à sua dificuldade em se adaptar ao estilo de vida cínico. O cinismo, uma escola filosófica fundada por Antístenes, mas cujo principal expoente foi Diógenes de Sínope, defendia um modo de vida livre das convenções e normas sociais, em harmonia com a natureza. Além de Crates, Zenão também foi discípulo de Estilpo de Megara e do filósofo platônico Xenócrates.

Certa vez, Zenão consultou o Oráculo em busca de orientação sobre qual seria a melhor forma de viver. O Oráculo respondeu: “Igualar-se aos mortos”. Compreendendo o sentido metafórico das palavras divinas, Zenão dedicou-se ao estudo dos antigos filósofos gregos.

Após alguns anos, Zenão começou a ensinar filosofia enquanto passeava pelo Pórtico Pintado (ou Stoá Poikíle, em grego), e foi a partir desse local que surgiu o termo “estoico”, dado aos seus jovens discípulos.

O Pórtico Pintado era um espaço público onde qualquer pessoa poderia assistir as aulas ministradas pelo filósofo. Isso a diferenciava das outras escolas filosóficas daquela época, como a Academia de Platão, o Liceu de Aristóteles e o Jardim de Epicuro, que eram instituições estabelecidas em edifícios privados e não acessíveis ao público em geral.

Obras

Diógenes Laércio atribuiu diversas obras a Zenão, das quais podemos citar: República, Sobre a vida segundo a natureza, Sobre a Natureza Humana, Sobre as Emoções; Sobre o dever; Sobre a lei; Sobre o universo; Questões pitagóricas; Problemas Homéricos e outros.

Das obras mencionadas, apenas pequenos fragmentos ou citações sobreviveram.

Filosofia

A filosofia de Zenão de Cítio era profundamente influenciada pela física dos pré-socráticos, em especial por Heráclito, pela moral dos cínicos e pela epistemologia platônica.

Assim como Epicuro, Zenão de Cítio entendia a filosofia como um “modo de vida” mais do que uma ciência teórica, e a dividia em três partes: lógica, física e ética.

Lógica

A lógica, para os estóicos, abarcava os estudos da retórica, gramática e da percepção humana, e sua finalidade era servir de critério para a verdade.

Física

A física era disciplina que investiga a natureza e sua constituição. Os estóicos defendiam o materialismo, doutrina que identifica o ser com a matéria.

Ética

No campo ético, Zenão de Cítio defendia uma vida pautada na razão em hamornia com a natureza.

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