O mito tem sido, desde os primórdios da história humana, uma forma de explicar e compreender o mundo.
Contos sobre a criação do universo e do homem, sobre os deuses e os grandes heróis, sobre a vida e a morte, etc., fizeram parte de muitos mitos dos povos antigos.
O que é mito e Logos?
O mito (μυθος) é uma narrativa tradicional que contém elementos sobrenaturais e simbólicos que busca explicar aspectos da natureza, da sociedade e da existência humana. Na antiguidade, o mito era usado para explicar as origens do mundo, dos animais, bem como os eventos climáticos, como tempestades e terremotos. Os mitos também eram utilizados para explicar a vida após a morte e a relação entre os seres humanos e os deuses. Além disso, os mitos desempenhavam um papel importante na justificação da ordem social e política.
Os mitos frequentemente apresentavam os deuses como modelos de comportamento e como exemplos a serem seguidos pelos seres humanos. Também eram utilizados para justificar a posição dos reis e dos governantes, apresentando-os como descendentes dos deuses ou como escolhidos por eles para governar.
O Logos (λόγος), por sua vez, é um termo grego que se refere à razão, ao discurso lógico e à argumentação racional. Embora ambos sejam formas de explicação e interpretação do mundo, o mito é baseado na tradição, na crença e na imaginação, enquanto o logos é baseado na razão, na observação e na lógica.

Do mito ao logos: contexto histórico
A passagem do mito ao Logos representa a transição na qual o homem rompeu com as explicações míticas do mundo, adotando as explicações baseadas na razão, lógica e observação.
Esta passagem levou séculos para se consolidar, mas tivemos, como resultado, o desenvolvimento da filosofia, ciência e da cultura ocidental como um todo.
Um dos fatores que contribuíram para a passagem do mito ao logos foi o surgimento da filosofia grega no século VI a.C. Os filósofos gregos, do período pré-socrático, Tales, Anaximandro e Anaxímenes, buscaram, pela primeira vez, explicar o mundo por meio da observação e da razão.
O desenvolvimento do comércio e das cidades no mundo grego também foi um fator importante no surgimento da filosofia. O contato com outras culturas criou novas oportunidades de interação e de troca cultural, levando a uma maior diversidade de perspectivas e ideias.
Esses filósofos foram os pioneiros na busca por uma explicação racional e sistemática do universo, sem recorrer aos mitos ou à religião. Eles inauguraram uma nova forma de pensamento, que viria a ser desenvolvida pelos filósofos posteriores.