Clemente de Alexandria

Clemente foi um filósofo, apologista e teólogo cristão nascido em 150, provavelmente na cidade de Atenas.

Ainda jovem, Clemente se converteu ao cristianismo. Realizou algumas viagens ao Egito, Síria, Palestina e Assíria, a fim de se tornar discípulos de sábios mestres. 

Por volta de 175, Clemente se tornou aluno de Panteno, um filósofo e teólogo cristão e fundador da Escola Catequética de Alexandria, renomada por formar padres e teólogos. Por volta de 189, Clemente assumiu a liderança da escola após suceder Panteno.

No ano de 201, os cristãos enfrentaram intensa perseguição por decreto do imperador Sétimo Severo. Diante disso, Clemente buscou abrigo na Palestina, confiando a responsabilidade de sua escola a seu discípulo Orígenes. Ele permaneceu lá até falecer em 215.

Suas obras são: 

  • Exortação aos gregos: onde ele exorta os gregos pagãos a abandonarem os cultos aos ídolos e retornarem ao Deus verdadeiro.
  • Pedagogo;
  • Estrômatas;
  • Disposições;

Clemente é considerado o fundador da teologia especulativa. Ele se propôs a defender a fé cristã com a ajuda da filosofia, acreditando na possibilidade de conciliar fé e razão. 

Clemente de Alexandria
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Gnose

Em seu tempo, Clemente precisou lidar com a rápida expansão dos pensadores gnósticos, vistos como ameaças à verdadeira doutrina cristã. 

Contra a falsa gnose (do grego, conhecimento), Clemente defendeu a gnose genuinamente cristã.

Os gnósticos heréticos alegavam que conciliar ciência e fé era impossível. Clemente, por outro lado, via a verdadeira gnose como a fusão de fé (pistis) e conhecimento (gnosis). Os cristãos são os verdadeiros gnósticos e somente eles são merecedores deste título. Desse modo, a fé deve ser o fundamento da filosofia.

A Filosofia é útil para os cristãos, não para tornar a verdade cristã mais forte, mas para servir como um escudo contra os ataques dos inimigos.

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Logos

Em Clemente, o Logos (Verbo) possui 3 sentidos:

  1. Princípio criador do mundo;
  2. Fonte de toda sabedoria, que iluminou tanto os profetas quanto os filósofos pagãos;
  3. Princípio da salvação por meio do Logos encarnado, o qual é Cristo;

O Logos é o pedagogo de todos os homens, ensinando-os a cultivar uma vida boa, afastada do pecado. A salvação não é apenas para um seleto grupo, como defendia os heréticos gnósticos, mas para todos os cristãos, independentemente de sua instrução.

A Salvação pode ser alcançada até mesmo para os recém convertidos. A fé é o que basta.

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