Nicolau Maquiavel, ou Niccolò Machiavelli, foi um pensador político e filósofo italiano, nascido em Florença no ano de 1469, famoso por seu tratado político intitulado “O Príncipe”.
Em 1498, após os Medici serem expulsos de Florença e a queda de Girolamo Savonarola, Maquiavel ingressou na chancelaria florentina, atuando como conselheiro dos Dez, um conjunto de magistrados responsáveis pela condução de negociações diplomáticas e pela supervisão de operações militares durante períodos de guerra. Nesse cargo, Maquiavel executou diversas missões diplomáticas pela Itália, França e Alemanha.
Obras
Nicolau Maquiavel escreveu obras sobre política e história, como: O Príncipe, A Arte da Guerra, Histórias florentinas, Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio, Um resumo dos assuntos da cidade de Lucca, Um discurso sobre a reforma de Florença, etc.
Ele também escreveu poemas e comédias, como: Decennale primo, Decennale secondo, Andria, A Mandrágora e O Asno de Ouro, etc.
O realismo político
Em sua obra “O Príncipe”, escrita em 1513, Nicolau Maquiavel introduz uma teoria política inteiramente distinta das correntes políticas predominantes em sua época. Na antiguidade e na idade média, acreditava-se que o príncipe deveria possuir todas as virtudes humanas, como justiça, coragem, honestidade, etc. Maquiavel, no entanto, discordava dessa visão.
A teoria de Maquiavel, conhecida como realismo político, é caracterizada por uma abordagem objetiva e desapaixonada da política, focada na realidade concreta em vez de ideais abstratos. Ele encorajava os líderes a avaliarem as consequências práticas de suas decisões em vez de se prenderem a noções idealistas de como as coisas deveriam ser.
Para Maquiavel, o exercício do poder político não deveria ser orientado por princípios morais ou éticos. Os governantes devem ser flexíveis e estar dispostos a adotar medidas pragmáticas, mesmo que isso signifique agir de maneira contrária aos princípios éticos tradicionais.
O príncipe, ou seja, o governante político, deve agir de acordo com as exigências de cada circunstância, o que implica que ele pode recorrer até mesmo a métodos severos e desumanos para atingir seus objetivos.
A virtude (virtù)
Maquiavel destacou a importância das habilidades políticas e da astúcia na tomada de decisões. Os líderes políticos devem conseguir adaptar suas estratégias conforme as circunstâncias, muitas vezes empregando ações que podem ser consideradas cruéis ou injustas para manter o poder e a estabilidade. A esta habilidade ele deu o nome de “virtude”.
Portanto, a virtude (virtù) maquiavélica está mais associada à força, habilidade, astúcia e coragem, do que à moralidade.
Maquiavelismo
As opiniões de Maquiavel têm sido frequentemente mal interpretadas, sendo associadas ao maquiavelismo, em um sentido pejorativo. No entanto, Maquiavel estava preocupado apenas com a eficiência política, não com o bem ou o mal.
Maquiavel acreditava que a principal função do governo era o crescimento e a expansão, e que a força era um elemento essencial na política. Além disso, era necessária uma força militar forte e disciplinada para a preservação da independência política.
Ele criticava o cristianismo, argumentando que as virtudes cristãs, como a mansidão e o altruísmo, poderiam enfraquecer a sociedade política. Por isso, ele enfatizava a necessidade de uma virtù para os líderes políticos e acreditava que tanto os indivíduos quanto sociedades inteiras podiam possuir essa habilidade.
Frases
“Os homens são movidos por dois impulsos principais, ou pelo amor ou pelo medo.”
“Todos veem o que você aparenta ser, poucos percebem o que você realmente é.”
“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é observar os homens que ele tem ao seu redor.”
“Nunca tente vencer pela força o que pode ser vencido pelo engano.”
“É muito mais seguro ser temido do que amado, porque o amor é preservado pelo elo da obrigação que, devido à baixeza dos homens, é quebrado em todas as oportunidades em benefício deles; mas o medo o preserva pelo pavor da punição que nunca falha.”
“…aquele que procura enganar sempre encontrará alguém que se deixará enganar.”
“Aquele que deseja ser obedecido deve saber como comandar”