Agnosticismo

O que é agnosticismo?

O agnosticismo é uma posição filosófica que se caracteriza pela crença de que a existência de Deus ou de divindades é desconhecida, ou impossível de ser conhecida. Os agnósticos argumentam que não há evidências suficientes para provar ou refutar a existência de Deus, e, portanto, eles se abstêm de tomar uma posição definitiva sobre a questão da existência de divindades.

O termo “agnóstico” foi cunhado pelo filósofo e cientista britânico Thomas Henry Huxley no século XIX e deriva da palavra grega “a-gnostos”, que significa “não conhecido” ou “incognoscível”.

Qual é a diferença entre ateus e agnósticos?

Os agnósticos não afirmam que Deus definitivamente não existe, como fazem os ateus, nem afirmam com certeza a existência de Deus, como fazem os teístas. Eles adotam uma postura de ceticismo e afirmam que não é possível obter conhecimento absoluto sobre questões metafísicas como a existência de Deus.

Apesar disso, alguns filósofos, como William James (1842 – 1910), afirmam que, na prática, as duas posições, ateísmo e agnosticismo, se confundem, uma vez que tanto os agnósticos quanto os ateus não demonstram diferenças significativas em termos de prática: nenhum deles se envolve em atividades como culto religioso ou oração.

Quais são os tipos de agnosticismo?

Há diferentes tipos de agnósticos com diferentes crenças e pontos de vista:

  • Agnóstico teísta: um agnóstico teísta é aquele que acredita na existência de Deus, mas defende que é impossível prová-la por vias racionais.
  • Agnóstico ateísta: um agnóstico ateísta não acredita na existência de divindades, mas está disposto a considerar a possibilidade de que Deus possa existir.

Agnósticos na história

Protágoras

O agnosticismo pode ser identificado em Protágoras (490 a.C. — 410 a.C.), que argumentava que, no que diz respeito aos deuses, não existe meio de afirmar com certeza se eles existem ou não.

Kant

Kant

Por vezes, Kant (1724 – 1804) é classificado entre os filósofos agnósticos teístas. Em sua obra “Crítica da Razão Pura”, Kant argumenta que há uma inclinação natural para refletir sobre questões metafísicas como a existência de Deus e a imortalidade, mas ele defendia que essas questões são impossíveis de serem respondidas dada a limitação do conhecimento humano.

Embora tenha rejeitado que a razão provasse a existência de Deus, Kant sustentava que era necessário “postular” a existência de Deus para conferir sentido à experiência moral.

William Hamilton

William Hamilton

De modo semelhante, o filósofo escocês William Hamilton (1788 – 1856), em seu artigo chamado “Philosophy of the Unconditioned”, afirmou: “A mente pode conhecer apenas o limitado, e o condicionalmente limitado”. 

H. L. Mansel

Henry Longueville Mansel

Henry Longueville Mansel em Os limites do pensamento religioso, buscou demonstrar que o conhecimento do Absoluto é contraditório. A ideia de que Deus é um ser pessoal, por exemplo, é contraditória, pois não é possível pensar a noção de personalidade sem a ideia de limitação, mas a limitação é incompatível com uma divindade descrita como infinita e absoluta. Apesar disso, por meio do “sentimento de dependência” e da convicção moral, a fé pode ainda operar onde a razão especulativa não pode.

Herbert Spencer

Herbert Spencer

O filósofo e biólogo inglês Herbert Spencer em sua obra Primeiros Princípios (1862) defendeu a ideia de que a razão humana é limitada. No entanto, ele acreditava que ciência e religião poderiam ser reconciliadas, pois ambas reconhecem que o universo manifesta um grande mistério absoluto e inescrutável. 

Charles Darwin

Em uma carta de 1879, Charles Darwin (1809 – 1882) declarou: “nunca fui ateu no sentido de negar a existência de um Deus — penso que, em geral (e cada vez mais à medida que envelheço), mas nem sempre, agnóstico seria a descrição mais correta do meu estado de espírito.”

Agnosticismo

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