Contexto histórico da Filosofia Moderna

Um novo modo de pensar

O início da Idade moderna foi marcado por grandes acontecimentos históricos, como a dissolução do Império Romano do Oriente, e a descoberta do Novo Mundo, da América.

Nos séculos XV e XVI também podemos perceber a virada no modo de pensar e no comportamento do homem europeu.

A mentalidade do homem medieval

Os novos valores que surgiam entre nestes séculos em muito se distinguia do modo de pensar do homem medieval, cuja marca principal era sua religiosidade. As ações do homem medieval tinham a fé e a Igreja como guia, bem como os diversos dogmas religiosos.

A mentalidade do homem burguês

Muito diferente do homem medieval, aparece o homem burguês, que leva uma vida ambiciosa, individualista e egoísta. Seu objetivo de vida não é nada além da transformação do mundo para atender seus desejos.

O Renascimento

Com o fim da Idade Média, veio o Renascimento, que pregava a superação da mentalidade medieval e sua estrutura. Foi nesse período que os pensadores começaram a denegrir a época medieval chamando-a de idade das trevas.

Para romper de vez com a mentalidade medieval, os renascentistas propuseram novas concepções antropológicas. O homem, agora, não é mais servo obediente à Igreja, ele devia ser um sujeito autônomo, com desejo de transformar o mundo.

A partir desta concepção, teremos a substituição do teocentrismo (Deus no centro) pelo antropocentrismo (o homem no centro de tudo).

A fé não poderia ter mais espaço para servir de explicação dos fenômenos naturais, ela daria lugar à explicação propriamente racional e científica. A sociedade pós idade média, ia ficando cada vez mais individualista.

A visão naturalista

Nos séculos XIV e XV, os grandes intelectuais começam a defender a visão naturalista do mundo. Não haveria mais razão para temer o mundo e seus fenômenos, o homem deveria descobrir as causas e entender os efeitos.

Deste modo, a ciência empírica ia lançando seus fundamentos mais básicos:

  • observação
  • experimentação
  • hipóteses, etc.

A visão naturalista não influenciou apenas filósofos ou cientistas, mas também os grandes artistas da época, cuja arte era voltada exatamente para explorar a nova concepção antropocêntrica.

As novas teorias políticas

As novas mudanças de pensamento, também afetaram a visão de religião, sociedade e política.

No campo da teoria política, destaca-se, nesta época, o ilustre Maquiavel com sua polêmica obra chamada O Príncipe. É nesse contexto que também aparecem algumas posições políticas que oferecem uma nova interpretação de poder, da fundação e da preservação do Estado.

De um lado, além do realismo de Nicolau Maquiavel, temos a visão utópica de Tomas Morus (1478-1535) e Tommaso Campanella (1568-1639), além da busca de um fundamento para a soberania do Estado com Jean Bodin (1529-1596) e o “Jus Naturalismo” de Hugo Grotius (1583-1645).

O novo paradigma cosmológico

Um dos fatores característicos que aparece no século 16, e que se tornará referência para o estudo da Física e da Cosmologia Moderna, foi a mudança do paradigma cosmológico: substitui-se a visão de mundo geocêntrica, aristotélico ptolomaica, pela visão heliocêntrica de Nicolau Copérnico, com a publicação, em 1543, da obra Da revolução da órbita celeste.

Mas antes de tudo, a mudança do paradigma foi uma das pontas de lança da nova ciência a ciência moderna, cujo desenvolvimento está ligado a todo o conjunto dos fatores dinâmicos que completaram a superação do feudalismo.

Racionalistas x Empiristas

Devido ao indiscutível avanço das ciências, à filosofia impõe-se o desafio de se transformar em uma ciência rigorosa, semelhante à matemática ou às ciências naturais. Trata-se, da invenção de um método que serviria como base da indagação filosófica.

No entanto, não há um acordo sobre o melhor método: de linha racionalista ou empirista. Essa divergência deriva, especificamente, das diferentes concepções sobre o conhecimento que eles propõem.

Os racionalistas, por exemplo, afirmam que a única fonte do conhecimento universal e objetivo são nossas ideias inatas, ao passo que os conhecimentos advindos da experiência são considerados como relativos e contingentes.

Os empiristas, por outro lado, afirmam que a única fonte do conhecimento é a experiência. A mente humana, afirma Locke, é uma tábula rasa, ou seja, folha branca de papel, que, por meio da experiência, vai ser preenchida com o conhecimento.

REFERÊNCIAS

REALE, G. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 1991.

ROVIGUI, V. S. História da filosofia moderna: da revolução científica a Hegel. São Paulo: Loyola, 1991.

ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. Lisboa: Presença, 1977. v. 6 e 7.

Como citar este artigo

VIEIRA, Sadoque. Contexto histórico da Filosofia Moderna. Filosofia do Início, 2021. Disponível em: https://filosofiadoinicio.com/contexto-historico-da-filosofia-moderna/. Acesso em: 23 de Set. de 2023.

NEWSLETTER

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

doze − dois =